A matéria permanente de qualquer que seja a relação: um ama mais que o outro. E um é menos amado, em prol do outro, que não ama tanto. Indiscutível é também que todos queremos amar menos e ser mais amados – quanto menos se ama, menos dói; quanto mais amados somos, mais satisfação se arrecada. Mas se toda a gente for tão egoísta ao ponto de querer receber mais do que aquilo com que paga, então porque é que miseramente perduramos a latejar por uma gota de suor romântico e ternurento que nunca chega, dando tudo o que há e que não há na nossa essência, em demanda do tal troco?
Uma das leis mais divertidas e sarcásticas da Natureza é esta: ama aquele dá, e é amado aquele que exige. “Vestir as calças”, como é hábito referir, é precisamente tarefa daquele que exige receber, que exige, automaticamente, ser amado. Mas se exige, constata-se facilmente que não ama, ou pelo menos não como se pensa. Porque amar, esse sim é o dom dos verdadeiros dadores, que se oferecem integralmente sem o horizonte de uma medalha para troca. Muito claro e perfeitamente compreensível: dar afigura-se num prazer muito mais inesquecível do que receber, e porquê? Porque a pessoa a quem oferecemos, para além de se tornar também ela inolvidável, passa a ser necessária. E como necessidades levam a outras necessidades, sendo esta nenhuma excepção, dar é um vício daqueles que amam, é a paixão sinistra e incompleta e é o balançar do envolvimento.
Muito bom. Adorei o texto.
ResponderEliminarOlá !
ResponderEliminarGostei do seu blog.
Pode seguir o meu ?
http://xxx-memories-xxx.blogspot.com/
Ficarei feliz em ver você lá no meu cantinho.
Beijoos <3 !
sigo*
ResponderEliminarSem dúvida, adorei todo esse texto, e como me senti compreendida com todas essas palavras!
ResponderEliminarÉ muito importante dar e não exigir recompensas, isso é saber-se ser sem dúvida.
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parabens pelo blog joana :)
ResponderEliminarju, amei :o
ResponderEliminar(como sempre)