domingo, 30 de maio de 2010

Remember it

Just remember, the same as a spectacular Vogue magazine, remember that no matter how close you follow the jumps: Continued on page whatever. No matter how careful you are, there's going to be the sense you missed something, the collapsed feeling under your skin that you didn't experience it all. There's that fallen heart feeling that you rushed right through the moments where you should've been paying attention. Well, get used to that feeling. That's how your whole life will feel some day. This is all practice. None of this matters. We're just warming up.


 Chuck Palahniuk

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cores

Correu como se não existisse o amanhã. Tirou os sapatos e andou descalça. Soltou o cabelo e mergulhou no oceano em pleno Inverno, correu pela areia gelada, escorregou nas rochas, fitou as gaivotas, sentiu a chuva miudinha a deslizar pelas maçãs do rosto. Queria abraçar-se a si própria, sozinha mas envolvida num contentamento excessivo, num misto de rodeios e de certezas que agora a enchiam da cabeça aos pés. Tudo isto porque alguém lhe dissera que o amor era vermelho. Mas ela, irreverente e incontornável, radicalizou persistentemente as suas ideias, e nada nem ninguém lhe poderia negar que o amor não era vermelho, ou azul, ou verde, mas sim de uma cor mais particular e possivelmente desconhecida de que se pintam os olhos das pessoas que amamos.
Esta ideia nunca mais iria desvanecer, pois pela primeira vez, alguma coisa demonstrava significado.


Live with me

By the light of dawn,
A midnight blue ... day and night...
I've been missing you,
I've been thinking about you, baby.
Almost makes me crazy,
Come and live with me.

Either way, Win or Lose,
When you're born into trouble,
You live the blues,
I've been thinking about you, baby.
See it almost makes me crazy

Times, Nothing's right, if you ain't here
I'll give all that I have, just to keep you near
I wrote you a letter, I tried to, make it clear
You just don't believe that i'm sincere
I've been thinking about you, baby.


quinta-feira, 6 de maio de 2010

O que não somos

Corremos.
Sonhamos. Desesperamos.
Divagamos. Esperamos. Tentamos. Imediatamente, vivemos. Somos. Pensamos. Descarrilamos.
Somos agora algo que nunca imaginamos que podíamos vir a ser. E talvez nunca soubéssemos o que algum dia seríamos. Estamos parados. A pensar. Observamos. Tentamos recapitular, outras vezes, avançar. Olhamos para a pequena parte de mundo que éramos e comparamos com o mundo que somos. Vemos a diferença, o céu e o mar.
Agachamo-nos, abrimos a palma da mão e colocamo-la no solo. Com força e determinação, enchemos a mesma com um punhado de terra, tão doce e tão sólido como nada que o possa ser. Não tem só terra, reparamos nós. Tem o sal, tem o vivo, tem o morto, e tem o que está no meio. Tem o vazio e tem o cheio, e tem-nos também a nós.
Achamos que estamos sozinhos, mas enganamo-nos. Achamos que somos únicos, falta-nos, porém, recordar que não estamos no centro da matéria. Para isso pensamos. Pensamos apenas pela forte maneira que isso traz de mentirmos a nós mesmos: é tão aprazível que nem nos lembramos de como frequentemente o fazemos. Queremos ser pintores e vemos figuras no céu. Queremos ser poetas, e sonhamos com as palavras. Experimentamos as rimas, somamos as sílabas, treinamos os tons. Como é bom fingir. Como é bom pensar que seria óptimo mas que se fica apenas pelo bom. Como é saudável fingirmos ser a dor que sentimos de verdade. E como é extraordinariamente reconfortante saudarmos a nossa alma com pequenos brinquedos de falsidade para apenas nos sentirmos maiores. Mas somos tão pequenos, tão redondos, tão fatigantes, tão irritantes, tão aborrecidos, tão insossos, tão tudo com nada. Tão manipuladores de nós mesmos, tão intrigantes, ao ponto de nos convertermos na dor que não somos mas que sentimos ser apenas para nos sentirmos mais vivos do que o pouco que estamos.
Nas nossas cabeças, descoordenadas, descobrimos vozes, diferentes, iguais, que dizem sim, não, que nos levam em frente e que nos puxam para trás. Mas somos livres, e nada nem ninguém nos pode conduzir à verdade. A verdade de cada um é a mentira do mundo. A mentira do mundo não é mais do que a mentira de muitos, a verdade de poucos e o não sei de alguns.
Agora soltamos, libertamos, deixamos a terra que apanhamos cair lentamente pelo entre dedos e pelas condutas da palma da mão. E ela, tal como nós, tem os milagres fenomenais, tem a água, tem a luz, tem raízes, tem folhas, e tem-nos. Como os rios, tem animais, mortos, vivos, a flutuarem, tem correntes e tem marés, e tem altos e baixos. Tem as pedras do destino assim como nós temos o pó nos sapatos. Tem vontade, de tudo, tem contorno, em tudo, tem limites, para tudo.
Damos o passo em frente e esquecemos o momento. Agora somos vida, basta!
Como se nada se tivesse ultrapassado em nosso diante, retomamos. Revivemos, esquecemos e desprezamos estes pensamentos de tal forma inúteis que ao serem quebrados por todos fazem com que os mesmos de sempre avancem com as suas guerras. E as mentalidades continuam estagnadas. Tradicional fim.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sociedade corrompida

Dou por mim a navegar num terreno infindável de mentiras, desgostos, omissões e partituras inacabadas em relatos mal fundados. E, quando dou por mim assim, fico descoordenada como nos dias de hoje, sob o bafejar do alcatrão agoniante e desintegrante que se questiona e me faz questionar não só o meu eu como também o eu alheio.
Se abraçarmos a nossa imagem no espelho nunca vamos conseguir absorver dela tanto quanto ela absorve de nós. O que ela nos suga é mais do que tudo, e aquilo que dizemos ser nosso passa a estar na guarida de um retrato que, à primeira vista, nunca será letal. Mas é, pois esse retrato esconde todos os podres, nus, crus e, pior de tudo, verdadeiros. E é esse retrato, que quando nos apanha em conjunto, detecta cada réstia de vergonha que a comunidade humana tem vindo a carregar ao longo dos anos.
A verdade é mesmo essa: quando menos esperamos já estamos nós sofregamente afundados na teia de mentiras em que se tornou a sociedade. O meu ponto de vista realista e totalmente descrente no surrealismo não me permite olhar para as coisas de outra maneira que não seja esta. Estamos, literalmente e objectivamente, todos nós ligados a pequenos elos de corrupçõezinhas aparentemente nunca malignas e que nos degolam aos poucos sem sequer nos apercebermos. Para mim, que venero as sátiras e entro em pacífico delírio com a ironia e veracidade que essas carregam, prendo-me à ideia de que esta nossa aldeia global já nos aprisionou a todos a um esquema tão complexo e tão meticuloso de manipulação humanitária que chega a ser absurdo o simples facto de referir tal opinião. Todavia, não há um único ser humano que seja capaz de negligenciar este tipo de comentários ou que interprete de outra maneira que não seja esta tudo aquilo que os media nos apresentam, diariamente.
Deparamo-nos a todas as horas com notícias novidade, as conhecidas “última hora”, na berra e no precipício das mentes que as observam e que interrogam como tal é passível de crença. O mais pitoresco é ainda que, quando confrontadas, as pessoas sejam sempre capazes de atenuar mais um pouco aquilo que já os próprios meios de comunicação nos apresentam de forma incompleta. E não sejamos também hipócritas, isto é, não digamos que tal é recente e que só agora nos vemos frente a frente com dadas acusações, pois o mais provável é que, desde o mito de Adão e Eva, estes eventuais acontecimentos já existissem. Hoje em dia, somos quase como que bombardeados com televisões, revistas, jornais, etc, carregados de informação mortífera à manifestação saudável de uma sociedade. Governos, instituições, empresas, sindicatos, prezam impetuosamente por resguardos e controlos, imploram jocosamente por calma e sensatez em revoluções. A pergunta que coloco é: como podem tais organizações exigir atitudes imorais como estas de um povo que por elas foi arrastado para um seio de corrupção, ilegalidade e cobardia?

terça-feira, 4 de maio de 2010

Macbeth

To-morrow, and to-morrow, and to-morrow,
Creeps in this petty pace from day to day,
To the last syllable of recorded time;
And all our yesterdays have lighted fools
The way to dusty death. Out, out, brief candle!
Life's but a walking shadow, a poor player,
That struts and frets his hour upon the stage,
And then is heard no more. It is a tale
Told by an idiot, full of sound and fury,
Signifying nothing.
William Shakespeare