Tens cinco minutos. Tens o declínio e tens o infame, tens o flamejar de algo que não sabes justificar e tens o rodear de uma estrada que te leva à meta mais profunda. Tens as tuas decisões, os teus problemas, tens todas as preocupações mundanas que te cercam e te estrangulam a cada minuto que passa.
E é isso mesmo, é o passar do tempo. De cinco minutos, já só tens três. Os três estão a contar e o tic-tac do relógio é uma coisa que ainda não sabes travar. Quando dás por ti, o tempo já passou, e tu, onde estás? No mesmo lugar, na mesma posição, no mesmo raiar de espaços que te perturbam, na mesma debilidade e instabilidade que te manipula distraidamente. Todavia, não sabes se vais continuar aí ou se vais partir desafogadamente para outrora, para outro sítio conhecido ou desconhecido, bom ou mau, aborrecido ou de fortuna. Não reconheces as possibilidades perante o que chamas ser a tua própria figura senil. Porque elas são demasiadas, tantas e tão emaranhadas que chegam a ser incontáveis.
Vais mesmo deixar que o tempo se encarregue do que és? Perdeste a dinâmica.